sábado, 2 de outubro de 2010

Expressão Nacional

         Um Zé que é único
Misturando misticismo, rock, folk e a tradição dos violeiros, Zé Ramalho trilhou
                        um caminho sem igual na música brasileira

        Poucos artistas podem ostentar o status de ser único em seus países. Zé Ramalho é com certeza um desses. O paraibano de Brejo do Cruz reúne em igual medida influências do sertão nordestino, do rock, da música folk, acrescenta um ar messiânico e o que sai disso não tem igual na música brasileira.
        Nascido em 1949 e primo de Elba Ramalho, ele começou a fazer música profissionalmente depois que a família se mudou para João Pessoa, em 1971 - depois de Brejo do Cruz, ele ainda morou em Campina Grande. Na infância, em sua cidade natal, teve contato com violeiros e repentistas. Em João Pessoa, fez apresentações de Jovem Guarda, sendo influenciado pelos grandes nomes  do movimento, mas também por Bob Dylan e pelos Rolling Stones.
         Tentou a carreira no Rio de Janeiro com o nome artístico de Zé Ramalho da Paraíba.
         Em 1977, Vanusa grava "Avôhaí", , composição em homenagem ao avô que o criou. No ano seguinte , veio  finalmente o  primeiro disco solo, Zé Ramalho, que já trazia  três sucessos antológicos: "Chão de Giz, "Bicho de Sete Cabeças" e a própria Avôhaí". Em 1979, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu trouxe outra gravação que marcou época: "Adorável Gado Novo" -  que anos mais tarde voltaria a ser sucesso nacional, ao ser incluído na novela O Rei do Gado (1996).
        A novela coroou a volta do reconhecimento de Zé Ramalho entre os grandes nomes da música brasileira, depois de um período de baixa na segunda metade dos anos 1980 - apesar de "Mistérios da Meia - Noite", de Eu Gosto de Águia e de Amigos (1985) ter se tornado inesquecível por estar na trilha da novela "Roque Santeiro".
        Em 2008, Zé Ramalho Canta Bob Dylan, com versões para a obra do americano.
        E o melhor de tudo: depois de ter ido para o Sudeste, Zé nunca esteve muito ausente da Paraíba, mas também nunca esteve tão próximo. Seus shows na praia, no verão, são praticamente anuais: já cantou até em réveillon.
                                      - Adaptação do texto de Renato Félix

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