O herói preferido da gente simples, que adora suas artes, quase sempre contra os mais ricos e poderosos. Tradicionalmente esperto, escorregadio, pai de todas as artimanhas, enganos, seduções e astúcias, é de ver como o homem do povo, simples, crédulo e humilde, adora ouvir suas histórias.
Vinga-se o popular da sua posição subalterna vendo o personagem sair sempre ganhando, por sua astúcia e por suas artes, dos que lhe são superiores. Uma espécie de Robin Hood sem armas.
Não é uma criação brasileira, apesar de estar espalhada por todo o Brasil. É personagem universal, praticamente de todos os países, em todas as épocas.
Há até versões ambiciosas, literárias e intelectuais, como, por exemplo, o Pedro de Urdemalas, de Cervantes.
É interessante a origem do primeiro nome do personagem: segundo Câmara Cascudo, o nome "de Pedro se associa ao apóstolo São Pedro com anedotário de habilidade, impertubável, nem sempre própria do seu estado e título. Na Itália, França, Espanha e Portugal, São Pedro aparece como simplório, bonachão, mas cheio de manhas e cálculo, vencendo infalivelmente".
Um estudioso reuniu 318 histórias e variantes com o personagem, mas este número pode ser infindo, pois sempre que se conta uma história aparece mais adiante como "mais uma do Pedro Malasartes.
* Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro.
Rio de Janeiro. Ediouro, 1972.
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